Cheira a silêncio medroso no concelho de Santarém. Não sei se é da crise ou da asfixia económica de muitas pessoas, empresas, instituições sociais, bombeiros, juntas de freguesia, mas sente-se uma perturbante névoa de escuridão que revela muitos problemas mas esconde as soluções e os culpados por esses problemas. E os culpados têm rosto. Só não os vê quem não quem ver, ou quem por receio de não receber o dinheiro de uma qualquer dívida ou por temer represálias políticas finge que nada se passa (quando se está em pública) mas susurra à boca pequena que tudo vai mal (quando se está em privado).

Não tenho dados que me permitam afirmar com certeza mas haverá muito boa gente e muitas empresas deste concelho e arredores que estão a sofrer com a falta de responsabilidade de alguns responsáveis políticos deste concelho (e já agora também do Governo).

Enfim... é o país e a região que temos. Mas temo, por exemplo, que qualquer dia os problemas afectem o nosso bem mais precioso: A SAÚDE. É que já ouvi que, segundo parece, há já um comandante de bombeiros deste concelho que teve que arregaraçar as mangas e ser ele próprio a conduzir uma ambulância porque o restante pessoal não faz o serviço por falta de pagamentos. Nada de mal que seja o comandante a também arregaçar as mangas e trabalhar mas não chegará para acudir a todas necessidades.

Cheira a silêncio mas os gritos de socorro são muitos. Mas provavelmente são gritos infras-sonoros que só os cães devem ouvir e esses, coitados, também não vivem bons tempos (veja-se a polémica do canil de Santarém). Enfim... cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas.