Aldo Lima actua em Santarém, no dia 1 de Fevereiro, às 21h30, no Teatro Sá da Bandeira. Em palco, ele é toureiro, caçador, telefonia a pilhas, assim com o desenho animado vivo mais selvagem desde os tempos de glória de Chuck Jones. Adepto dos tiques e gestos do rosto como forma privilegiada de comunicação. Talvez por ser calado. Talvez porque os domina como ninguém. E não só para arrancar o riso. "Também os sei fazer dramáticos, sem cair na excentricidade", diz. Quando uma pessoa tem expressão, tem expressão.
Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.
José Saramago in OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. (o ano em que eu nasci).
Esta semana estive em três cafés para fumadores em Santarém. Nenhum (!) tinha condições para o ser. E estavam com o ar ainda mais saturado do que era normal, antes de 1 de Janeiro. Fiquei com os olhos a chorar de tanto fumo. Com a agravante de dois deles serem mesmo ao lado de uma escola secundária.
Deve ser a peça de teatro há mais tempo em cena em Portugal (11 anos) e, desculpem o meu francês, é de mijar a rir.
Esta encenação é uma condensação de alta velocidade, género montanha-russa, das obras de William Shakespeare. Uma comédia/farsa hilariante, com João Carracedo, Manuel Mendes e Simão Rubim, que revisita as trinta e sete obras de Shakespeare: as tragédias, as comédias, as peças históricas e até os sonetos.
Os bilhetes têm o valor de 2,5€ e podem ser adquiridos a partir do dia 28 de Janeiro, nos Serviços Culturais das 09h00 às 12h30m e das 14h00 às 17h30m ou no próprio dia, na bilheteira do Cine-Teatro S. João uma hora antes do início do espectáculo.
O evento é organizado pela Câmara Municipal do Entroncamento e apresentado pela Companhia Teatral do Chiado.
Quer ler um livro enquanto conduz, cozinha ou toma banho? Para tal, dirija-se à Biblioteca Municipal de Santarém e requisite um audiolivro. Lá vai encontrar alguns dos melhores contos da literatura portuguesa e estrangeira, como por a Civilização de Eça de Queirós, Sete mulheres de Camilo Castelo Branco, Um jantar muito original de Fernando Pessoa e Contos de Hercule Poirot de Agatha Christie.
Dia 26 de Janeiro, no Café Concerto do Teatro Virgínia, em Torres Novas, pelas 22 horas. Entrada Gratuita. De borla mesmo.
Autores de uma sonoridade plástica com referências que passam pelo rock, pelo electro mais escuro / obscuro, por algum industrial e por algumas formas derivadas do metal, os Waste Disposal Machine prometem uma actuação marcante, antecedendo o lançamento do seu álbum de estreia, Interference. O quarteto é formado por João Gonçalves [voz / textos / sampler], Miguel Silva [guitarras / programações], Hugo Santos [baixo / sintetizadores] e Victor Silva [bateria / ritmos / laptop]. Os Waste Disposal Machine têm em circulação mais ou menos restrita um Promo-CD que avança dois dos temas que surgirão nessa aguardada estreia e integraram três colectâneas de projectos underground nacionais. Anteriormente, o grupo lançou dois CD-r [“First Offensive” e “i.D. Code”] que lhes valeram algum reconhecimento a nível de um certo underground nacional e internacional e que afirmaram o grupo como uma das poucas bandas dentro do seu género a trabalhar a partir de Portugal. Mais por contingências do mercado musical português do que por opção deliberada, os Waste Disposal Machine têm-se concentrado essencialmente no trabalho de composição e de estúdio, apostando, quando a oportunidade se propicia, em actuações cirurgicamente preparadas e cuidadosamente agendadas, como foi o caso da sua participação nos festivais HallowFest [Hard Club, Vila Nova de Gaia], I.M.A.N. [Vila Nova de Famalicão], Festival Arteficial [Ribadavia, Galiza], Elektrocution: Ignite – 1º Festival Português de Música Industrial [Azeitão] e nos eventos Androids & Electric Sheep [Braga] ou Orbit Fest [Coimbra].
Jorge Palma vai a Abrantes, a 8 de Fevereiro, para apresentar o seu mais recente álbum de originais “Voo Nocturno” e relembrar alguns dos seus “hinos”.
O músico sobe ao palco do Cine-Teatro S. Pedro, pelas 21h30, para um espectáculo que promete ser memorável, ou não fosse ele detentor de um estatuto que o torna uma figura ímpar e de referência no panorama musical português.
A balada “Encosta-te a Mim” é o primeiro single do álbum “Voo Nocturno”, um disco que conta com 12 canções inéditas e uma faixa “escondida”, cantada em inglês apenas à guitarra, a lembrar os tempos em que tocou no Metro em Paris e nas ruas. Musicalmente, este álbum “de banda”, onde o grosso das canções é acompanhado pelo actual grupo de palco de Palma, os Demitidos, está mais próximo do Palma “clássico” dos anos 80. Refira-se que desde o seu lançamento, em Julho, “Voo Nocturno” tem sido uma presença constante nos primeiros lugares das tabelas de vendas nacionais.
Os bilhetes para este Voo Nocturno, com duração de 60 minutos, encontram-se à venda nos locais habituais (Cine-Teatro S. Pedro e Posto de Turismo de Abrantes), pelo preço de 8€.
Quando eu ainda não tinha carta de condução e fazia viagens frequentes a Abrantes de comboio viajava muitas vezes nos Interregionais, que tinham (não sei se ainda têm) aqueles compartimentos fechados, a fazer lembrar os comboios do far-west americano. Foi numa dessas viagens que conheci o simpático australiano Sam Abercromby. Esta longe de pensar que um dia ia contar isto num blogue. Sam é um senhor. Conversámos em inglês, e no fim até me deu um cartãozinho de visita que já não consigo localizar. Não está na sua nota biográfica, mas Sam contou-me que teve formação em arquitectura e, após um avistamento daquilo que identifica como um OVNI, passou a ver o mundo de uma forma menos linear. Começou a pintar. A sua pintura reflecte precisamente essa visão menos linear da realidade, um amontuar de formas e texturas dispersas.
A Exposição de Pintura de Sam Abercromby está na Galeria de Arte do Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha. De 25 Janeiro a 23 Fevereiro.
Horário: Seg. a Sex.: 9h às 12h30, 14h às 17h30 Sáb.: 15h às 18h
Sam Abercromby nasceu na Austrália em 1947 a 10 de Junho (dia de Portugal). Talvez por isso, e depois de correr mundo, a paixão pelo nosso país radicou-o em 1986 na aldeia de Vila do Paço, onde mora e tem atelier. Sam Abercromby sempre sentiu um apelo muito especial pelas artes. Para além da pintura, imaginou ser pianista, um sonho antes de abraçar em definitivo as artes, frequentando o “Western Australian Institute. Sente Portugal como a sua casa. Da sua terra natal relembra os amigos, o reconhecimento do seu trabalho e a memória de ter exposto nas melhores galerias do País. Por cá a sua carreira tem sido pautada com sucesso, mas maior tem sido o seu poder criativo, originando fases diversas dentro de um todo que é a sua pintura, uma mística quase “religiosa”. Quando questionado acerca do seu processo criativo, Sam diz, um pouco a brincar: “Tal como eu não quero saber todos os pormenores íntimos de uma namorada, também não quero quebrar a magia acerca dessa misteriosa Dama que é para mim a pintura. Esta exposição“ quase retrospectiva” é só uma pequena mas significativa mostra do seu trabalho desde que chegou a Portugal… mais um sitio no mundo onde Sam criou obra e a consolidou, porque ao que parece, veio para ficar…