
Quando eu ainda não tinha carta de condução e fazia viagens frequentes a Abrantes de comboio viajava muitas vezes nos Interregionais, que tinham (não sei se ainda têm) aqueles compartimentos fechados, a fazer lembrar os comboios do far-west americano. Foi numa dessas viagens que conheci o simpático australiano Sam Abercromby. Esta longe de pensar que um dia ia contar isto num blogue. Sam é um senhor. Conversámos em inglês, e no fim até me deu um cartãozinho de visita que já não consigo localizar.
Não está na sua nota biográfica, mas Sam contou-me que teve formação em arquitectura e, após um avistamento daquilo que identifica como um OVNI, passou a ver o mundo de uma forma menos linear. Começou a pintar.A sua pintura reflecte precisamente essa visão menos linear da realidade, um amontuar de formas e texturas dispersas.
A Exposição de Pintura de Sam Abercromby está na Galeria de Arte do Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha. De 25 Janeiro a 23 Fevereiro.Horário:
Seg. a Sex.: 9h às 12h30, 14h às 17h30
Sáb.: 15h às 18h
Sam Abercromby nasceu na Austrália em 1947 a 10 de Junho (dia de Portugal). Talvez por isso, e depois de correr mundo, a paixão pelo nosso país radicou-o em 1986 na aldeia de Vila do Paço, onde mora e tem atelier.
Sam Abercromby sempre sentiu um apelo muito especial pelas artes. Para além da pintura, imaginou ser pianista, um sonho antes de abraçar em definitivo as artes, frequentando o “Western Australian Institute.
Sente Portugal como a sua casa. Da sua terra natal relembra os amigos, o reconhecimento do seu trabalho e a memória de ter exposto nas melhores galerias do País.
Por cá a sua carreira tem sido pautada com sucesso, mas maior tem sido o seu poder criativo, originando fases diversas dentro de um todo que é a sua pintura, uma mística quase “religiosa”. Quando questionado acerca do seu processo criativo, Sam diz, um pouco a brincar: “Tal como eu não quero saber todos os pormenores íntimos de uma namorada, também não quero quebrar a magia acerca dessa misteriosa Dama que é para mim a pintura.
Esta exposição“ quase retrospectiva” é só uma pequena mas significativa mostra do seu trabalho desde que chegou a Portugal… mais um sitio no mundo onde Sam criou obra e a consolidou, porque ao que parece, veio para ficar…