Chamo-vos a atenção para este filme de 2001 porque acredito estarmos num ponto de viragem. O filme chama-se "Revolution OS", foi realizado por J.T.S. Moore e conta a história dos movimentos de Software Livre e Aberto. Ponto de viragem porque o Linux ganha terreno ao Windows e as pessoas começam a perceber que o Linux, principalmente através do Ubuntu, não é o bicho papão que pintam. Para mim trata-se de devolver o conhecimento às pessoas e poupar milhões. Sim, largos milhões em licenças de utilização. Dinheiro que podia ser usado para outros fins, como a saúde, a educação ou a cultura. E, se administração central dá a mão a Gates por meia dúzia de tostões e uns protocolos para parecer bem, as autarquias mantêm-se caladinhas.
Há uns meses entrevistei o Paulo Trezentos, um dos criadores do Caixa Mágica, uma distribuição portuguesa de Linux (as distribuições são "pacotes de software" agrupados e personalizados por uma equipa ou comunidade), que vive em Santarém. Falei-lhe, por alto, na possibilidade da criação de uma distribuição regional, à semelhança daquilo que se fez em Espanha. Hoje, depois depois de instalar a nova versão do Ubuntu, o Feisty Fawn, no meu pc (usava o Fedora Core 6) voltei a lembrar-me do tal linux regional.
Ainda não fiz as contas, nem sei quanto a Câmara Municipal de Santarém e as outras autarquias do distrito gastam com licenças de software. Mas é certo que iriam poupar bastante. Os defensores do Windows diriam que "há os custos de formação". E aqui a porca torce o rabo, porque, de facto há muita gente a aproveitar-se do novo boom do linux para cobrar balúrdios por uma formação simples. Mas também se encontram formações acessíveis e muito mais baratas do que as licenças do Windows. Outra questão pertinente é: será que para usar o OpenOffice é necessário formação? Não creio. E sejamos francos, se um funcionário que trabalha com word não conseguir trabalhar com o editor de texto do Open Office então permitam-me duvidar da sua capacidade produtiva.
Prometo escrever mais sobre software livre/aberto e a sua utilização no distrito. Agora fiquem com 1 hora e 55 minutos de filme que eu gostava de mostrar aos autarcas deste distrito: