Sábado, 21 de Novembro de 2009

"O Pecado de João Agonia", de Santareno, hoje em cena em Santarém

A peça "O Pecado de João Agonia", da autoria de Bernardo Santareno, sobe hoje ao palco do teatro Sá da Bandeira em Santarém, às 21h30, pelo Teatro Azeite, cujo elenco inclui Miguel Raposo, filho dos actores José Raposo Maria João Raposo.

A história desta peça situa-se no início dos anos 60. Em Portugal, vivia-se uma época sócio – politica aparentemente, só aparentemente, calma. No entanto, o preconceito social prevalecia. A homossexualidade era, ao tempo, algo de tão pecaminoso, que trazia desonra a qualquer família honesta onde existisse. Foi esse o pecado de João Agonia, o protagonista desta saga, no qual foi, ao que parecia, iniciado por um padrinho que acolheu em pequeno e educou, mas que não era suposto ser recriminado – e muito menos denunciado – por ter sido o benfeitor de família modesta de João.
Mas, na época, as coisas da honra falavam alto; tão alto que até mesmo o homicídio parecia irrelevante perante a desonra de uma família. Qualquer pai sacrificaria o próprio filho, para o libertar de tamanha humilhação. João Agonia morreu, não se sabe ao certo como, mas sem dúvida, vítima do preconceito e da hipocrisia. Cabe ao espectador tirar daí as suas ilações.”
 

Os bilhetes para a peça custam 5 euros e estão à venda na bilheteira do teatro ou por reserva através do número 243304436.

publicado por Bruno Oliveira às 12:36
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Sábado, 18 de Agosto de 2007

Poema da Semana: Os Poetas, de Miguel Torga

Deixei o poema da semana para hoje porque hoje é o dia em que o meu filho Miguel faz 3 meses. Dou-lhe então de presente um poema de outro Miguel, que não de nascença.

Os Poetas

Somos nós
As humanas cigarras!
Nós,
Desde os tempos de Esopo conhecidos.
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.
Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos
A passar!...

Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras,
Asas que em certas horas
Palpitam,
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura!
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.

Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz!
Vinho que não é meu,
mas sim do mosto que a beleza traz!

E vos digo e conjuro que canteis!
Que sejais menestreis
De uma gesta de amor universal!
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural!
Homens de toda a terra sem fronteiras!
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele!
Crias de Adão e Eva verdadeiras!
Homens da torre de Babel!

Homens do dia a dia
Que levantem paredes de ilusão!
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão!

Miguel Torga
publicado por ocheirodesantarem às 19:22
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