A Casa dos Patudos em Alpiarça vai ser palco de um conjunto de três cursos de verão nas áreas da poesia, da história de arte e da história da música. Os cursos de história de arte de poesia decorrem nos meses de Junho e Julho, enquanto que o curso de história da música está marcado para Setembro. Estes cursos estão marcados para horário pós-laboral, a partir das 19h, no pólo eno-turístico da Casa dos Patudos, incluindo naturalmente uma interacção e uma visita ao museu. As inscrições são gratuitas e acessíveis a todos.
O objectivo, explica a presidente da Câmara, Vanda Nunes, é "democratizar o acesso à cultura, aproveitando o património cultural como o da Casa dos Patudos".
Estes cursos vão ser orientados por pessoas com vastos conhecimentos nestas três áreas e consistem em "conversas informais" em torno de diversos temas ligados à poesia, à arte e à música. José Carlos Pereira, docente da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa é o responsável pelo curso de história de arte, que vai abordar temas como as correntes artísticas, as formas de ver a arte e os seus contextos sociais. A exploração do tema da poesia fica a cargo do bem conhecido José Fanha, escritor, professor, autor de músicas e co-autor de diversas antologias poéticas. O curso de história da música é coordenado por Teresa Castanheira, professora do Conservatório Nacional e autora de programas musicais.
Inscrições gratuitas no posto de turismo ou na Casa dos Patudos (243 558 321)
Pedra filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
António Gedeão
O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done; |
|
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won; | |
The port is near, the bells I hear, the people all exulting, | |
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring: | |
But O heart! heart! heart! | 5 |
O the bleeding drops of red, | |
Where on the deck my Captain lies, | |
Fallen cold and dead. | |
O Captain! my Captain! rise up and hear the bells; |
|
Rise up—for you the flag is flung—for you the bugle trills; | 10 |
For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you the shores a-crowding; | |
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning; | |
Here Captain! dear father! | |
This arm beneath your head; | |
It is some dream that on the deck, | 15 |
You’ve fallen cold and dead. | |
My Captain does not answer, his lips are pale and still; |
|
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will; | |
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done; | |
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won; | 20 |
Exult, O shores, and ring, O bells! | |
But I, with mournful tread, | |
Walk the deck my Captain lies, | |
Fallen cold and dead. |
Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
José Carlos Ary dos Santos
Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte
E em que o sono parecia disposto a não vir
Fui estender-me na praia, sózinho, ao relento
E ali longe do tempo, acabei por dormir
Acordei com o toque suave de um beijo
E uma cara sardenta encheu-me o olhar
Ainda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
Ela riu-se e disse baixinho: estrela do mar
"Sou a estrela do mar só a ele obedeço
Só ele me conhece, só ele sabe quem sou
No princípio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim..."
Não sei se era maior o desejo ou o espanto
Só sei que por instantes deixei de pensar
Uma chama invisível incendiou-me o peito
Qualquer coisa impossível fez-me acreditar
Em silêncio trocámos segredos e abraços
Inscrevemos no espaço um novo alfabeto
Já passaram mil anos sobre o nosso encontro
Mas mil anos são pouco ou nada para estrela do mar
"Estrela do mar
Só a ele obedeço
Só ele me conhece, só ele sabe quem sou
No princípio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim..."
Não me importo com as rimas
Não me importo com as rimas. Raras vezes Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra. Penso e escrevo como as flores têm cor Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me Porque me falta a simplicidade divina De ser todo só o meu exterior. Olho e comovo-me, Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado, E a minha poesia é natural como o levantar-se o vento... Alberto Caeiro
"O Poeta em Lisboa", de António José Forte, interpretado por Gonçalo Veiga, com Paul John Palmeiro na guitarra. Lido numa noite de poesia no bar Xantarim, em Santarém
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