Há alturas em que somos agradavelmente surpreendidos em trabalho. A mim aconteceu-me quando me desloquei à sessão solene de abertura do ano lectivo da UTIS- a Universidade da Terceira Idade de Santarém. Estava a descer as escadas do auditório do Instituto Português da Juventude quando encontrei a D. Maria João, mãe de um dos meus melhores amigos. Não me lembrava que estava envolvida com a universidade, mas depois recordei-me de ouvir o meu amigo falar na possibilidade da mãe ingressar numa instituição semelhante, após se ter aposentado.
Afinal a D. Maria João estava ali para assumir o cargo de coordenadora dos conselhos científicos e pedagógicos da universidade. Foi uma surpresa agradável, que me deu mais motivação para fazer aquele trabalho. Depois até ouvi o presidente da Câmara, Moita Flores oferecer-se para leccionar um mini-curso de escrita para ficção aos idosos. O facto de se tratar de uma organização informal, sob a alçada da autarquia, Junta de Freguesia e Misericórdia, a funcionar em regime de voluntariado, deve ser suficiente para contornar a incompatibilidade dos presidentes de câmara com o ensino.
Confesso, que apesar de estar agradado com a surpresa, não pude deixar de sorrir ainda mais, quando percebi que a "oração de sapiência" se debruçava sobre o processo de Bolonha, tema que interessa bastante - é do conhecimento geral - a idosos de 75 anos. Consta que nem o presidente da Câmara aguentou os cerca de 60 minutos que a "palestra" demorou. Nem ele, nem eu...